Há coisas espantosas que, ao aprendermos, acabamos por perceber que, de alguma forma instintiva, ou subconsciente, ou inconsciente, já sabíamos. E aí o espanto é redobrado.
Assistindo a um documentário sobre um serial killer que destroçou meninas nos anos 80, me deparei com muitos experts explicando sua, se é que posso assim simplificar, demência. Ele foi condenado, já está morto. Que bom.
Mas um traço de sua desvirtuada gama de ações me chamou atenção particularmente pela elucidação apresentada pelo psicanalista. Quando criança, ele começou sua viagem sem volta de ódio às mulheres, externando sua incapacidade de lidar com o feminino assassinando gatos! Não era um torturador aleatório de animais menores, sobre os quais pudesse demonstrar seu domínio doentio pela força covarde. Era simplesmente um assassino de gatos.
E isso, disse o psicanalista, é sabidamente uma relação clássica da pessoa que não consegue lidar com a mulher, pois que "o gato é o símbolo do feminino". E é isso o que sempre soubemos, mas não tínhamos ouvido um psicanalista afirmar. o gato é o símbolo do feminino não só porque o achamos bonito e fofo, a relação é muito mais profunda.
Vi um adestrador com uma camiseta dizendo: homens de verdade amam os gatos. Vemos agora como vai muito mais a fundo essa simples frase. Um homem que não saiba o que fazer diante de uma mulher, nunca será um apreciador de gatos. Já um menino torpe que os maltrate e não seja tratado para tal desvio, pode vir a se tornar, como o serial killer do documentário, um estuprador.
Isso levanta outra questão: quando sabemos, adquirimos responsabilidade. Portanto tenham os olhos bem abertos para meninos e suas reações mais espontâneas em relação aos gatos e às mulheres. Um monstro estuprador geralmente não surge do nada, sem histórico que remonte a ações vis desde a infância.
Ah, mas se esse menino está se esbaldando em colo de mãe, tia, avó, se "tira uma casquinha de todas", e ainda deita e rola com os gatos... eis um candidato a melhor namorado do mundo!
